O evento acabou se tornando um celeiro de artistas que não teriam outra oportunidade para descobrir o talento com as palavras.
Em uma busca rápida na internet sobre
Sussurana, notícias relacionadas à violência são as mais constantes. Uma
pessoa que nunca passeou pela comunidade, provavelmente, desistiria da
visita baseada nesse panorama. Mas será que o local se resume a isso? Um
grupo de jovens do bairro, capitaneado pelo estudante de Serviço Social
Sandro Ribeiro dos Santos, o Sandro Sussuarana, se fez a mesma
pergunta. A resposta foi, claro, não.
Mas como fazer para apresentar para as pessoas e, principalmente, para a própria comunidade a verdadeira
Sussuarana? A solução veio através de poemas escritos pelos próprios moradores, reunidos no livro O Diferencial da Favela: Poesias Quebradas de Quebrada, que tem lançamento hoje, às 18h, na primeira edição do Festival Arte e Cultura, que acontece no Centro Pastoral Afro, em Sussuarana.
Sussuarana? A solução veio através de poemas escritos pelos próprios moradores, reunidos no livro O Diferencial da Favela: Poesias Quebradas de Quebrada, que tem lançamento hoje, às 18h, na primeira edição do Festival Arte e Cultura, que acontece no Centro Pastoral Afro, em Sussuarana.
Sandro Sussuarana fundador do Sarau da Onça e organizador do livro
|
SARAU
Não existiria livro se esse mesmo grupo de jovens não tivesse fundado,
em maio de 2011, o Sarau da Onça. Aideia para criar o evento veio de um
exemplo que movimentava o Pelourinho. Sandro e os amigos do Juventude
Negra Pela Paz encontraram alguns panfletos do Sarau Bem Black,
organizado pelo professor de Literatura Nelson Maca, e resolveram
conhecer o projeto. Gostaram tanto que passaram a frequentar
assiduamente. “O nosso grupo já promovia eventos e então pensamos:por
que não fazer um sarau lá em Sussuarana?”, conta o estudante.
Desde a primeira edição, o sarau foi bem aceito pela
comunidade.“Nos primeiros, a quantidade de pessoas foi muito grande. Em
junho não teve, para esperar o retorno, e foi quando as pessoas
começavam a nos perguntar sobre o sarau, quando ia ter de novo, e aí
decidimos continuar”, revela.
O evento acabou se tornando um celeiro de artistas
que não teriam outra oportunidade para descobrir o talento com as
palavras. “Começaram a surgir muitos jovens que recitavam os próprios
poemas. E percebemos que na comunidade tínhamos muitos artistas não só
da música e da dança, mas também da poesia. Então pensamos em eternizar
esses poemas. Queríamos mostrar o quanto essas pessoas são importantes
para nós, e decidimos fazer o livro como um agradecimento”, destaca.
Depois de vencer o edital Arte em Toda Parte, da Fundação Gregório de Matos, o Sarau da Onça promoveu um concurso
de poemas que reuniu mais de 500 textos, enviados por mais de 100
pessoas. Desse punhado, o grupo escolheu 50 artistas, que assinam o
conteúdo do livro. “Ficamos muito felizes pelas pessoas terem acreditado
no projeto. Os temas foram muito bons, e são temas que já trabalhamos
no sarau: a mulher, a valorização do negro, a indignação com as mazelas
sociais”, conta.
A noite de autógrafos integra o I Festival de Arte e
Cultura, que celebra os três anos do Sarau da Onça. A programação ainda
conta com oficinas de grafite, dança, poesia, cordel e teatro, no dia
25 de maio, das 10h às 12h. São 15 vagas por oficina e as inscrições
acontecem a partir do dia 17 de maio. Tem, também, apresentações de
grupos da região como Os Agentes, A Febre, Novo Projeto Sonoro, MC
Dimano,The Fabulous e o Grupo de Capoeira Anjos do Berimbau, a partir
das 16h. Todas as atividades do I Festival de Arte e Cultura têm entrada
gratuita.
Matéria Original Correio 24h
Poesia da quebrada
Poesia da quebrada
Fonte: http://www.ibahia.com/detalhe/noticia/poesia-da-quebrada/?cHash=ba218538c9092ac38c1d2176fc738850
Nenhum comentário:
Postar um comentário