domingo, 31 de julho de 2011

Escritor baiano adere a campanha de leitura das Nações Unidas

“Faça Faça Uma Coisa pela Diversidade e Inclusão", funciona numa página do Facebook e convoca pessoas a compartilhar experiências com mensagens e vídeos.
Valdeck Almeida de Jesus resolveu aderir ao projeto através dos livros que ele patrocina desde 2005. Através do “Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus”, poetas do mundo inteiro interagem e concorrem a uma vaga numa obra lançada nas bienais do livro de São Pauli, Rio de Janeiro e Bahia. Já foram publicadas mais de onze antologias de poesias, contos e crônicas de autores do Brasil, Portugal, Espanha, Angola, Moçambique, Holanda, Estados Unidos, França, Argentina, Inglaterra e China, dentre outros.

Valdeck Almeida de Jesus e Renata Rimet, em viagem cultural a Portugal, Itália, Mônaco, Espanha, Suíça e França - Foto: Naelson Ceuta - Administrador

A campanha de inclusão foi lançada pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) e a Aliança de Civilizações da ONU (Unaoc). A ideia é reforçar a importância da democratização da leitura como um dos fatores de ascensão socioeconômica. E Valdeck Almeida de Jesus é um exemplo de que o acesso ao livro e leitura podem, sim, modificar o destino de qualquer pessoa. Nascido em uma família pobre, com sete irmãos, pai doente e mãe paralítica, o poeta enfrentou a miséria absoluta por vinte anos, mas sempre investindo em cultura, em educação e incentivando a família a estudar.

O gosto pela leitura o mecenas Valdeck adquiriu desde criança, quando Paula Almeida de Jesus, mãe do poeta, lhe contava estórias fantásticas da literatura de cordel. Para o escritor, “a contação de estórias, hábito em muitas famílias do nordeste, ajuda a criança a imaginar, fantasiar e se apaixonar pelos relatos. O passo seguinte é conhecer a fantasia na leitura. Daí em diante não tem mais cura: o ouvinte se torna leitor e, na melhor das hipóteses, vira escritor”.

A ideia de patrocinar um concurso de poesias veio do sonho não realizado de publicar um livro quando Valdeck tinha 19 anos de idade. A promessa de um prefeito do interior da Bahia foi esperada por mais de vinte anos, até que Valdeck Almeida cansou de esperar e pagou a edição do seu primeiro livro, “Memorial do Inferno”, prefaciado pro Lázaro Ramos, cuja renda foi doada às Obras Sociais Irmã Dulce.

Atualmente o escritor de Jequié, terra de Wally Salomão e Zéu Brito, já tem mais de dez livros solos publicados e participa de sessenta antologias, além de frequentar saraus e recitais poéticos, bem como o Fala Escritor. Junto com os jornalistas Carlos Souza e Cymar Gaivota, Renata Rimet (educadora e formanda em Letras), Fau Ferreira (filósofa), Pinho Sannasc (poeta) e Leandro de Assis (historiador e poeta – fundador do Fala Escritor), Valdeck Almeida de Jesus organiza as apresentações de poesia, música, palestras e bate-papos, todo segundo sábado de cada mês, nas Livrarias Saraiva de Salvador.

Fonte: Redação Galinha Pulando, com informações da ONU e África21Digital

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Entrevista: escritor Roberto Leal fala sobre o mercado editorial na Bahia

Entrevista: escritor Roberto Leal fala sobre o mercado editorial na Bahia

Leal fala sobre as dificuldades vividas pelos autores baianos, dá dicas aos jovens escritores e sugere lei estadual que pressione as grandes livrarias

Por: Lívia Rangel (livia.rangel@rebahia.com.br)


Nesta segunda-feira, dia 25 de julho, o Brasil está comemorando o Dia Nacional do Escritor e para saber como anda o mercado literário no Estado, o Portal iBahia entrevistou, hoje, à tarde, o escritor Roberto Leal, autor de "Cárcere de Poemas", que também vem atuando como editor da revista Òmnira, vice coordenador da UBE - União Brasileira de Escritores / BA e presidente da Fundação Ómnira.

Na entrevista, Leal fala sobre as dificuldades encontradas pelos autores baianos, dá dicas aos jovens escritores, sugere lei estadual que pressione as grandes livrarias a comercializarem obras de escritores locais, e destaca o possível fechamento da LDM, uma das poucas livrarias que prestigiam os novos talentos. O entrevistado revela ainda que está aguardando a chegada da Livraria do Escritor Baiano, um projeto da dramaturga Aninha Franco.

Confira!

iBahia - Na sua opinião, como anda o mercado editorial baiano?

O mercado editorial segue o caminho que lhe é oferecido pelo sistema, evoluindo através dos editais públicos, dos muitos prêmios literários e da escassez de recursos para tantas promessas de letras, principalmente, na Bahia onde cresce muito a produção literária sem publicação.
iBahia - Com a chegada em Salvador das grandes livrarias como a Cultura e a Saraiva, de que maneira o escritor baiano pode ser mais prestigiado?

Algumas livrarias ou todas no nosso Estado, deveriam ter um espaço direcionado para obras de escritores baianos, mesmo que em consignação e com uma margem de lucro que não ofendesse muito a demanda do escritor baiano, isso deveria ser lei estadual...

iBahia - Qual o maior obstáculo para o jovem escritor baiano?

Conseguir publicar... Hoje, os escritores emergentes na Bahia, só têm três opções para exercer a publicação dos seus originais: a primeira é a participação nos editais do Estado (FPC/Secretaria de Cultura), segunda a participação em prêmios que oferecem a publicação como estímulo, e a terceira em uma publicação independente, fazendo investimento particular, tirando dinheiro do próprio bolso para custear a sua publicação. Do contrário jamais tirará seus originais da gaveta.

iBahia - Com o advento dos editais de Cultura do Governo do Estado houve uma maior dinamização no acesso ao financiamento de bens culturais, ou estou errada? Como você enxerga a política dos editais?

A politica dos editais em si é muito burocrática o que dificulta a participação de uma camada maior de novos talentos, mas não deixa de ser uma porta aberta que precisa somente ser mais apurada, buscando dar facilidade de participação, chance maior de publicação.



Roberto Leal organizou a coletânea "Poemas e Contos Para Todos os Cantos" de vários autores

iBahia - Quais os melhores programas para o jovem escritor baiano inscrever seus originais? E quem segue uma linha independente, qual o melhor caminho para publicar e distribuir sua obra?
 
Começando de trás para frente...Distribuição não existe para o escritor novo, o que existe na realidade é uma vendagem boca a boca e uma procura por não deixar os livros empacotados. O autor para distribuir sua obra, primeiro ele precisa trabalhar uma divulgação desse seu trabalho, desse seu nome... Não vai adiantar o escritor lançar um livro, sem que isso seja divulgado, sem que esse escritor não tenha trabalhado o seu nome, do contrário estará condenado a vender livro para os amigos parentes, colegas da faculdade e vizinhos...

Programas oferecidos pela Secretaria de Cultura, através da Fundação Pedro Calmon, do próprio Fundo de Cultura, Prêmios como o Braskem, como o da Academia de Letras da Bahia, o Petrobras e outros mais, dão uma oportunidade mínima e escassa a produção literária da Bahia. Para quem tem recursos ou um patrocinador, o melhor é construir a sua publicação de forma independente, para isso procurando incorporar a ela um Selo Editorial, para que seja bem recebido quando for apresentar esse trabalho em qualquer livraria ou banca de vendagem. Ou, do contrário, poderá participar das coletâneas e antologias cooperativadas, que em Salvador são trabalhadas por diversas entidades e, só para lembrar, cito duas em evidência: o CEPA e o Selo Editorial Òmnira.

iBahia - Poderia citar as editoras e livrarias baianas que abrem portas para novos talentos?

Essa é a maior dificuldade, quando se fala em abrir portas, se fala em investir dinheiro e ninguém quer investir em escritor emergente, em algo sem retorno certo para o investidor na visão dele. Como em livrarias só vendem livro, algumas - disse algumas -, dedica um espaço para o autor da terra vender os seus livros, uma delas é a LDM (que está com o prazo para fechar as portas em 60 dias), a Cultura e a Saraiva e esperamos pela Livraria do Escritor Baiano que é projeto da dramaturga Aninha Franco e que será instalada no Teatro XVIII.

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Fala Escritor no Domingo na Praça


Grupo realizará roda de poesia no Farol da Barra e Dique do Tororó junto com a Biblioteca Móvel

O projeto Fala Escritor, que acontece mensalmente na Livraria Saraiva dos Shoppings de Salvador, realizará duas edições especiais, em parceria com o projeto Domingo na Praça, da Fundação Pedro Calmon/SecultBA. A primeira será neste domingo, dia 24, a partir das 9h, no Farol da Barra, e a segunda no domingo seguinte, dia 31, no Dique do Tororó. Os organizadores e poetas do Fala Escritor levarão para as ruas da cidade muita prosa e poesia, com o intuito de incentivar o hábito da leitura, em crianças, jovens e adultos. A Biblioteca Móvel estará à disposição do público no horário das 8h às 12h.

Com o lema “Aqui você acontece!”, o projeto Fala Escritor abre, mensalmente, espaço para poetas, cronistas, contadores de causos e de histórias, além de outros artistas que queiram mostrar sua arte para o público de Salvador. O projeto nasceu da iniciativa do historiador e poeta Leandro de Assis, em parceria com outros artistas da palavra. “O sarau do Fala Escritor acontece sempre dentro dos shoppings, mas o nosso objetivo é levar a poesia para as ruas e praças da cidade. Para começar essa nova etapa, a parceria com o a Biblioteca Móvel será muito positiva, pois estaremos juntos em uma ação já consolidada nas Praças de Salvador”, diz Leandro Assis.

No veículo da Biblioteca Móvel, o público tem a sua disposição mais de 500 livros e revistas, incluindo obras de vários gêneros das literaturas nacionais, estrangeiras e infanto-juvenis, além de gibis e jornais, que são disponibilizados em estantes e mesas. Os leitores encontram ainda leitura ao ar livre, oficinas literárias, recital de poesia, teatro, arte educadores e contação de histórias, jogos recreativos e educativos.

Serviço:
O que: Domingo na Praça com a participação do Fala Escritor
Onde: Farol da Barra e Dique do Tororó
Quando: Dias 24 e 31, das 8h às 12h
Quanto: Grátis

Contato: 71 3117- 6035

------------------------------------------------------

Assessoria de Comunicação
Fundação Pedro Calmon – SecultBA
(71) 3116-6918/ 6919/ 6676