*Por Brenda Gomes
Umas das mais antigas artes, a poesia
aparece para contar a história da humanidade desde os primórdios. O
texto ritmado que embalava o coração dos trovadores e despertava o
interesse dos intelectuais com o decorrer do tempo tomou outros rumos,
deixando de ser um texto exclusivo para estudiosos.
Hoje é comum encontrara o tipo literário
nas salas de aula, na boca de pequenos poetas nem sempre com o mesmo
romantismo dos trovadores, mas com tons de rimas divertidas ou até mesmo
protesto, afim de inseri-los em necessidades sociais e aumentar o
interesse pela leitura e escrita.
Criado a partir de um grupo de amigos
que pretendiam tornar suas vivências e assuntos quais achavam
interessantes em poesias, o grupo recital Ágape, criado no bairro de
Sussuarana em Salvador, tem levado a poesia para alunos de escolas
públicas e privadas.
O coletivo que hoje conta com 12
integrantes e iniciou suas apresentações nas igrejas do bairro e no
Sarau da Onça, evento que reúne outros poetas e artistas, lançou no
último mês de dezembro sua primeira antologia poética intitulada “A
poesia cria asas”, que tem sido o carro chefe das apresentações do
grupo.
De acordo com Evanilson Alves, um dos
poetas do coletivo, o grupo fundado o em 2011, tem como proposta
despertar pensamento crítico na conduta social dos alunos a partir da
arte. “Por nossos textos serem feitos a partir de uma linguagem fácil e
bem próxima a juventude, e também por sermos jovens entendemos que as
mensagem de conscientização chegam mais rápido para os alunos”, afirma.
Além das apresentações nas escolas o
Ágape desenvolve oficinas de poesia e interpretação em instituições da
rede pública e privada, atividades que de acordo com o poeta são capazes
de auxiliar o rendimento escolar e deixar os alunos conectados com
temas de interesse público de forma lúdica e de fácil acesso. “Com a
produção dos poemas e poesias, ou mesmo com a leitura, os admiradores
dessa arte, ampliam o conhecimento sobre diversos temas, melhoram sua
escrita e assimilam melhor as matérias.Nossos versos falam do
cotidiano, sobre assuntos pertinentes da nossa sociedade, sobretudo
sobre as questões raciais, desigualdade social, família, política,
educação, valorização da mulher e identidade”, conta.
Alan, que é professor na rede estadual
de ensino, aponta também a importância do papel do professor em
aproximar as publicações ao cotidiano dos alunos, afim de estes se
sintam atraídos pela leitura e pela vontade de produzir. “Não dá para
despertar interesse em todos, já que a gente sabe que o problema da rede
pública é muito maior, mas se nós educadores criarmos estratégias,
saíndo dos clássicos, procurando escritos e até músicas que sejam
próximos a realidade deles, é possível fazer sim. O que não podemos é
continuar com a a estrutura piloto e livro, quando a gente pode fazer
muito mais e melhor”, finaliza.
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